sexta-feira, 3 de julho de 2009

Grêmio 2 x 2 Cruzeiro: Wellington Paulista e Kléber levam a Raposa à decisão!


O Cruzeiro é o Brasil na decisão da Libertadores da América 2009, decisão essa que também conta com a participação do argentino Estudiantes.

Grêmio x Cruzeiro. Vantagem mineira conseguida com todos os méritos nos primeiros 90 minutos. Aos gremistas, restava o sentimento de acreditar que ainda existiam chances reais de reverter a considerável vantagem adversária. Um jogo bonito de se ver, disputado, brigado, uma partida genuinamente brasileira, com tempero latino.

Um jogador em especial, que fez a diferença no duelo, esteve muito perto de não entrar em campo nessa decisão, trata-se de Wellington Paulista. A dúvida quanto a escalação do camisa 9 cruzeirense devia-se ao fato de o Cruzeiro não precisar tanto assim de marcar gols e, sim, não tomá-los. Uma gripe, acompanhada de fortes dores de garganta também seriam obstáculos que poderiam tirar o artilheiro de combate, Thiago Ribeiro, seu substituto imediato, até já teria ficado de sobreaviso. Engano. O matador paulista/mineiro foi à luta e, mais uma vez, tornou-se peça fundamental no triunfo da Raposa.

O “imortal” Grêmio buscou a vitória a todo custo, impulsionado pela massa que tomava conta de todos os lugares do Olímpico... Vale ressaltar que muitos torcedores, portando o ingresso, foram impedidos de adentrar o estádio pela Brigada Militar, isso gerou uma confusão absurda nas imediações do palco da partida, primeira parte dos fatos lamentáveis da noite.

O ímpeto gremista, aliado a pressão que vinha das arquibancadas, parecia ter atordoado momentaneamente os comandados de Adílson Batista que erravam muito na saída de bola, na troca de passes entre a defesa e o meio-campo. Ramires não foi o Ramires que todos conhecem, não esteve tão bem assim, talvez seja difícil para o garoto focar no Cruzeiro quando se já está vendido ao Benfica de Portugal, atrelado a isso, a titularidade inesperada na seleção brasileira, às vésperas de uma Copa do Mundo, tudo isso pode ter mexido com o craque celeste.

Bolas alçadas na área e a esperança de que Léo, Thiego, Réver, Maxi López ou Herrera pudessem marcar pelo alto era a proposta do tricolor. Inúmeras vezes essa jogada foi repetida, sem sucesso, a pontaria não estava em dia e o goleiro Fábio estava em uma noite inspirada. O toque rápido também envolvia a Raposa que se defendia, tentava cadenciar a partida a qualquer custo.

Lembram do Wellington Paulista? O da gripe, que talvez nem jogasse? Pois é, ele estava doente, mas não morto. Kléber, um monstro na partida outra vez, fez jogada pela esquerda, girou pra cima de Fábio Santos, entrou na área e, caído, deu um passe primoroso para Wellington marcar... Gol que, para os gremistas, teria a mesma sensação de um banho gelado no inverno gaúcho. 1 a 0.

Como escreveu Humberto Gessinger, líder dos Engenheiros do Hawaii e torcedor fanático do tricolor gaúcho, em uma de suas canções: “Não foi por mal, não foi por nada, nada foi por acaso...”! Essa frase pode expressar a noite de Wellington Paulista já que, no início do ano, esteve á beira de acertar com o Grêmio, mas a negociação emperrou e o artilheiro foi parar no Cruzeiro e, ele, justamente ele, que poderia estar do outro lado no duelo, vestindo preto, azul e branco, não fez por mal, muito menos por acaso, marcou o segundo gol cruzeirense, dois minutos após inaugurar o marcador, aproveitando excelente cruzamento de Jonathan e a bobeada de Túlio, que o deixou em posição legal. 2 a 0.

No intervalo, Tcheco, capitão tricolor, dava entrevistas dizendo que a situação era praticamente impossível, mas que os valentes gremistas jogariam pela honra 41 mil torcedores que estavam ali presentes, não se entregariam, lutariam até o fim, mesmo que por amor há uma causa perdida, alá Dom Quixote.

O Grêmio volta nervoso, errando passes primários, tenso, sabendo que a situação era praticamente irreversível. Já o Cruzeiro seguia a risca tudo o que havia sido passado por seu treinador, tocar a bola, fazer o tempo passar, “cozinhar o galo” como diriam os mais antigos. Escanteio, bola alçada na área e gol de Réver, seria o início da reação gaúcha? 2 a 1.

Em um contra-ataque veloz, Vagner é derrubado por Adílson (que não é o treinador do Cruzeiro), o volante gremista é expulso e sai ovacionado pela torcida. Os mineiros passam a cadenciar mais ainda a partida, com um guerreiro a menos, o Grêmio seria presa fácil, mas o Cruzeiro já não se importava em ampliar o marcador, sua vantagem era enorme. Adílson promove a entrada de Elicarlos que, ao aquecer, foi vítima de racismo por parte da torcida gremista que emitiu sons e gestos de macaco, uma pena, segunda parte dos fatos lamentáveis da noite.

Souza, um batalhador em campo, recebe passe de Fábio Santos, acerta mais um daqueles chutes que são sua marca registrada e põe igualdade na partida: 2 a 2. Daí por diante, a partida transcorreu normalmente, o Cruzeiro se poupando, administrando e bem o resultado, esperando o apito final e o Grêmio, entregue, sem forças para uma reação irreal, também aguardando o sopro derradeiro de Oscar Ruiz, que teve uma atuação tranqüila, apesar de um pênalti não marcado em cima de Herrera, cometido por Leonardo Silva.

O Cruzeiro segue em frente na competição e vai duelar com o Estudiantes de La Plata, equipe que eliminou o sofrível Nacional, do Uruguai. A primeira partida da decisão já será na próxima quarta-feira, na Argentina.

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